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Às vezes parece que a vida não desce,
não sobe, não cresce e aparece.
Às vezes parece que tem um engasgo perdido,
no espaço entre o estômago e o ouvido,
faz eco e aperta o peito, parece defeito,
incomoda essa aflição sem jeito, sem sentido.
Em algo do que ouço e vejo, parece que se enseja um desejo,
começo a me interessar, um olhar, um lampejo,
algumas idéias em rodopio, sinistro,
pergunto-me se confio, se insisto.
Tenho vontade de olhar o mar e mergulhar,
vontade de não deixar, a onda vir e voltar,
sentir-me imerso, de todo envolvido,
mas me pego disperso, em memórias, ressentido.
_Ah, quem quer que me ouça, que transtorno descabido!
parece-me coração de louça, mal colado depois de partido,
não entendo, não me parece ter porque,
então me lembro, de uma figura, que pode ser você.
Você, que foram tantas pessoas ao longo da minha vida,
parece perfeito achar essa acolhida, para um não sei quem, nem o que,
ótima maneira de ter um objeto, responsável pela ferida,
muito conveniente me esconder no dejeto, ter um algoz, nessa lida.
Quase me basta essa mentira, quase me convenço, a me perder,
tão assim decidido, parece que sofro, mas não posso deixar de escarnecer,
_Ora que vexamosa essa postura, não me venha, que não dura,
esse lamento meloso, esse nhenhenhém seboso, nem vem que não tem!
Salva-me mais uma vez, de mim, meu companheiro, o riso,
dá-me voltas sem fim, para o alívio, o remédio preciso,
solta-me as amarras dos músculos, infla meu pulmão preu respirar,
espreme meus furúnculos, aplica-me unguento, pra me curar.
Rio então, riso que corre caudaloso...mais nenhuma rima preciso ter.