
Cabeças irão rolar,
quem sabe assim, saem do lugar,
do qual estão acostumadas a ficar,
envelhecendo sem propósito.
Palavras pra defender,
serão armas descarregadas,
lâminas cegas,
incapazes de ferir.
Convicções adoentadas,
muralhas de paradigmas,
farelentas e instáveis,
farão estrondos, ao ruir.
Expressões impávidas,
estarão mesmo ávidas,
para livrar-se de serem juizes,
do que não podem entender.
Lá fora a dança,
da plebe que clama,
"_Cabeças, cabeças!"
que as possam divertir.
Nos planos invisíveis,
que circundam essa contenda,
as verdadeiras fileiras,
não mediram forças para brandir.
Seus lábaros de mágoas,
rancores encrustrados,
máquinas de guerra aviltantes,
alimentando o caos para destruir.
Remontando à histórias desconhecidas,
profundezas das mentes parvas,
montes de doenças e larvas,
chafurdam refesteladas, em frenesi.
Mas, se de toda essa cena de desconsolo,
surgir o espírito que se curva, sem dolo,
brilhará sobre os destroços, mais que o ouro,
iluminará as ruínas, de onde irão surgir...
A verdade, a compreensão e o perdão.