18 fevereiro 2008

Ardil de Eros e Thanatos





Alguém me disse que hoje era seu aniversário,
Deveria eu então, dar-lhe parabéns e desejar felicidades.

Mas o clima instável não me garante condições,
Mas o tempo escasso não me estimula a economia.

Fosse a sua vida tão simples, como fantasia,
Fosse ela tão triste, qual soturna melodia,
Algumas rimas perdidas cairiam bem aqui,
Mas não é assim, não será, não tem jeito, não tem vez.

Um presente, sem precedentes, seria sua presença em você,
Mas isso não posso dar-lhe, só sua vontade pode lhe oferecer,
Uma saudação de grande mérito, decerto não vai lhe satisfazer,
Ainda que devesse ser o bastante, não o poderá convencer.

Assim, tudo, de tão precioso, com que já veio ao mundo,
Será que não desdenha como raso, não os perde no profundo?
Se deseja, lhe consome, exausto cai à sombra conformado,
Se despreza, cega e aflige a alma dos que tem, por prazer?

Em tudo o que vejo, me parece surgir um brilho apagado,
Um barulho exagerado, ou sussurro perdido, que não se pode entender.

Por isso, caro amigo, vou deixar aqui, só a intenção de um sentido,
Um desafio bem urdido, ademais, a boa sorte e "alfiderzen".